quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Antigas divas da dança do ventre


Tahia Carioca tornou-se uma das lendas da dança oriental. Mohamed Karim, seu pai, exerceu sobre ela duas influências: seu amor pela arte e em segundo seus vários casamentos. Seu pai casou 7 vezes e mais tarde, Tahia oficialmente dobrou o número de seu pai, casando-se 14 vezes. Ela foi chamada Carioca na ligação que teve com o samba brasileiro, na qual ela desenvolveu seu estilo no início da década de 30 quando se apresentou no cassino de Badia Massabni. Ela se tornou fascinada pelo ritmo brasileiro e pediu ao seu músico que tocasse algo similar. Tahia trouxe para os seus shows os ritmos latinos. A concorrência no Cabaret de Badia era dura, especialmente contra Samia Gamal que também dançava lá no início de sua carreira.



Foi uma das melhores bailarinas do Egito, extremamente audaz, recusou-se a dançar para o ditador turco Kamal Ataturk, o qual a proibiu de entrar na Turquia, também se recusou a dançar para Nazli, rei do Egito. Durante a ultima guerra mundial, exerceu um importante papel, foi responsável por grandes ajudas e donativos.


Na maioria das vezes, as apresentações de Carioca eram de 20 a 25 minutos. Mas a fama de Tahia foi rápida, entre 1930 e 1940, desta maneira, se estendeu até o Rei do Egito, Farouk, que a convidou para dançar no seu aniversário. Seu estilo era totalmente diferente de sua rival, Samia Gamal. O primeiro filme que Tahia fez foi "La Femme et le Pantin", lançado em 1935 e depois participou de mais de 120 filmes, como também, de teatro e novelas. Tahia era uma mulher determinada. Ela era uma grande dançarina! Ninguém conseguiu alcançar sua virtuosidade, seu jogo de palavras, gestos e seu jeito irônico de flertar. Ela deixou sua família em Ismaila depois de uma discussão com seu pai e aos 12 anos partiu de trem para o Cairo. Aos 31 anos já era considerada uma lenda da dança oriental! Tahia provou ser uma fonte de inspiração para toda uma nova geração de dançarinas.


Quando abandonou a dança, fundou um grupo teatral, a primeira obra que apresentou foi a vida de Shafiqa La Copta, peça de teatro de quatro partes que obteve um grande êxito. Tahia faleceu no dia 20 de setembro de 1999, aos 79 anos de ataque cardíaco.


Diziam que ela tinha metade de sua inteligência nos pés e a outra metade na cintura.

Seu video




Samia Gamal



Samia Gamal nasceu em Wana, uma pequena cidade egípcia, em 1924. Meses depois, mudou-se com sua família para o Cairo.



Anos depois conheceu Badia Masabni, que a convidou para integrar sua companhia de dança e a trabalhar em seu cassino. Samia aceitou.


Foi Badia quem lhe deu o nome de Samia Gamal, já que seu nome de nascimento é Zainab Ibrahim Mahfuz.


Primeiramente estudou com Badia, e com a então estrela do momento, Tahiya Carioca. Mas ela logo se tornou uma solista respeitada e criou seu próprio estilo.


Samia Gamal incorporou técnicas do balé (como giros e deslocamentos) e de danças latinas em suas performances.


Ela foi a primeira bailarina de dança do ventre a dançar de salto alto, e também tornou o uso do véu muito popular.


Estrelou diversos filmes egípcios ao lado do famoso cantor e ator Farid Al Attrach, como "I Love You" em 1949 e "Afrita Hanem" em 1950. Eles ainda tiveram um romance na vida real, mas não se casaram. O romance rendeu também muitas canções.


Em 1949, o rei egípcio Farouk proclamou Samia Gamal “A Bailarina Nacional do Egito”, que trouxe atenção dos EUA para a bailarina.
Em 1950 Samia foi para os EUA e foi fotografada por G. John Mili. Ela ainda dançou no The Latin Quarter, um nigthclub em Nova Yorque.


Depois, Samia casou-se com o milionário texano Sheppard King III, que se converteu ao islamismo por sua causa, mas esse casamento não durou muito.


Em 1958 Samia casou-se com Roshdy Abaza, um dos mais famosos atores egípcios, época na qual fizeram alguns filmes juntos.


Outro filme internacional que Samia trabalhou foi “Ali baba e os quarenta ladrões”, do diretor francês Jacques Becker.
Samia Gamal parou de dançar em 1972 quando estava perto dos 50 anos, mas começou novamente depois, por sugestão de um amigo, Samir Sabri. Ela então dançou até perto da década de 1980.


Ela dizia: "Dança, dança, nada além da dança. Eu dançarei até morrer!".


Samia Gamal faleceu no dia primeiro de Dezembro de 1994, no Hospital de Mirs no Cairo, aos 70 anos.


Samia Gamal, ao lado de Tahia Carioca, é considerada uma das mais famosas dançarinas do mundo. E foi a responsável por levar a Dança do Ventre para Hollywood e Europa.


É elogiada e lembrada por seu estilo charmoso e sedutor ao dançar, pela expressividade de seus olhos, bem como pelo quadril leve e solto.


Segue video dessa diva, vocês fãs da dança do ventre, é muito importante estudar as bailarinas antigas.Elas trazem a essência da verdadeira dança do ventre.



Nagwa Fouad


Quando se mudou para o Cairo já gostava de dançar e fazia pequenas apresentações, e percebeu que na capital poderia tornar-se bailarina profissional.



Aprendeu música e dança ocidental. Também foi cantora, artista de teatro e cinema.


O primeiro filme que fez foi "Sharei El Hob" (La Calle del Amor), que contou com a participação de alguns músicos como o cantor Abdel Halim Hafiz com a canção "Olulu".


Nagwa Fouad fez a primeira aparição dela no filme com esta música. E na opinião do derbakista Hossam Ramzy foi o mais próximo da melhor demonstração natural de como dança uma jovem egípcia comum. Segundo ele a dança de Nagwa foi “perfeitamente inocente, cheia de amor, emocionalmente bem expressada, traduzindo cada parte da música de uma maneira maravilhosa e retratando o argumento da história em uma atuação magistral que deve ser vista para se crer”.


Com este filme Nagwa e Abdel Halim Hafiz tornaram-se famosos e ela tornou-se a bailarina oficial de Abdel, acompanhando-o em todos os seus shows.


Em 1976 o lendário compositor Mohamed Abdel Wahab também escreveu uma música especialmente para ela: Arba´ Tashar. (colocar trecho da música no site; fazer propaganda do cd para vender no site).


Ela se apresentou na Europa e Estados Unidos, onde então fundou uma escola de dança oriental em Nova Yorque. (Esta escola ainda existe?). Vender DVDs dela no site.


Reservava em suas apresentações sempre um momento do show especial para o violino.


Fez muito sucesso como bailarina nas décadas de 50, 60, 70, 80 e 90.


Mas no início de 1992 retirou-se definitivamente da dança para consagrar-se no cinema.




Souhair Zaki

Souhair Zaki nasceu em 1944, em Mansoura, Egito, onde viveu com sua família.



Sua paixão pela dança surgiu desde criança, embora não tenha tido influencia da família, e muito menos a aprovação de seu pai.


"Eu costumava ir direto da escola para o cinema, para assistir Tahia Carioca e Sâmia Gamal na grande tela. Eu até mesmo cortei meu cabelo e arrumei para ficar parecida com Fairuz", diz Souhair, referindo-se a uma estrela mirim do cinema egípcio.


Aprendeu a dançar sozinha e começou a se apresentar em casamentos e festas familiares desde criança.


Aos 9 anos (em 1953) se mudou para a Alexandria juntamente com sua família.


Ela foi a primeira bailarina a dançar músicas de Om Khalthoum, uma das maiores cantoras da história da música árabe.


Também dançou para muitas autoridades como o ministro de defesa da Rússia e o presidente Nixon dos EUA. E participou de alguns filmes.
O estilo de dança de Souhair era natural e simples, o oposto de algumas bailarinas, como a Nagwa Fouad.



Como nos diz Raqia Hassan: "Souhair Zaki resume a dança natural. Seu apelo está em sua simplicidade: ela traduziu a música de forma precisa e natural, sem excessos ou sem excessos ou exibicionismo. Seus passos têm resistido aos anos, e são ensinados até hoje. Ela sempre foi autêntica apresentando-se e fingir nunca fez parte do seu estilo. Do mesmo jeito que a vê hoje, ao vivo, calma, tranqüila para conversar e educada, ela sempre foi assim em cena".



Souhair tornou-se uma das bailarinas mais famosas dos anos 60 e 70 no Egito, tanto no cinema como no palco.

Fez parte da chamada Idade de Ouro da Dança do Ventre, tornando-se uma lenda da Dança Oriental, assim como Tahia Carioca e Samia Gamal.


Apesar de não mais se apresentar, Souhair ainda é muito querida pelos egípcios, pois ainda exerce seu carisma e simpatia.


Souhair se recorda da época em que dançava: "Aqueles dias nunca mais voltarão atrás. A atmosfera, os clientes, os convidados. Onde estão eles agora? A dança Oriental foi minha vida. Eu tenho meu filho e meu marido. Mas as melhores memórias de minha vida são todas da dança".


Conheça mais sobre esta grande bailarina e vendo seu video:




Fifi Abdo

Fifi Abdo começou dançando em casamentos aos vinte anos.




No ano de 1972 fez sua primeira aparição no cinema como bailarina e atriz.

É grande admiradora de Tahia Carioca, sobre a qual inclusive estava planejando fazer um filme ou uma novela.

Teve sua fama consagrada após participar do filme "Una mujer no es suficiente", atuando com atores famosos da época, no ano de 1989.

Fifi abdo também trabalhou no teatro, fazendo peças musicais, onde misturava dança, teatro e música.

Ficou bem conhecida pelos seus shimies. No entanto, há quem a critique dizendo que seu repertório de passos é limitado.

Ela é muito admirada por muitos, e também odiada por outros, que alegam que seu comportamento é vulgar e provocativo.


O que se deve ter em mente é que Fifi sempre foi uma bailarina polêmica, tendo sido envolvida em uma série de escândalos.

Ela tem 6 empresários, e diz-se que as polêmicas que giram em torno dela não passam de jogos de marketing planejados por seus empresários.
Fifi contribuiu muito para melhorar a situação das bailarinas no Egito, pois que, entre outras coisas, criou um sindicato de bailarinas no pais, com o intuito de garantir e reivindicar direitos às tão mal vistas e mal faladas profissionais da área. Em conseqüência disso, Fifi Abdo passou a se apresentar acompanhada de seguranças para se preservar de escândalos e se proteger.

Seu lado humanitário não deve ser esquecido: no mês do Ramadan, Fifi oferece comida e bebida aos pobres, que ela mesma prepara em grandes mesas na rua.
Veja video de Fifi interpretando o instrumento alaúde:
 

Um comentário:

  1. Helly,

    Amei, conhecer essas divas que marcaram a história com a arte da dança do ventre!

    Bjs

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